O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), lançou neste sábado (15) um mutirão de exames e cirurgias em um hospital federal em Porto Alegre.
Padilha, que tomou posse como ministro na última segunda-feira (10) após a demissão da socióloga Nísia Trindade, voltou a falar em “obsessão” para reduzir filas no SUS (Sistema Único de Saúde) e disse que esta é uma cobrança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —o governo petista ainda busca uma marca na Saúde.
Embora tenha sido tratado pelo Ministério da Saúde como o primeiro evento do tipo da nova gestão, a pasta não divulgou datas e locais dos próximos mutirões.
Para o mutirão deste sábado no GHC (Grupo Hospitalar Conceição) o objetivo é realizar, até o fim do dia, 88 cirurgias e 251 exames especializados, com foco em saúde feminina e pacientes com câncer —18 cirurgias ginecológicas, 10 cirurgias pediátricas de orquidopexia (correção de testículos não descidos para a bolsa escrotal), 20 nas áreas de cirurgia geral e ortopédica e 40 cirurgias eletivas. Dentre os exames estão mamografia, biópsia de mama e eletrocardiograma.
Padilha também participou da inauguração de dez novas salas cirúrgicas e dos equipamentos de radioterapia do centro oncológico. Também foi anunciado que o centro de diagnósticos e as salas de cirurgia vão funcionar até a 1h da manhã de segunda a sexta-feira. Com a nova infraestrutura, segundo o ministério, é possível reduzir de 71 dias para 17 o tempo médio de espera para confirmação de diagnósticos de câncer.
A plateia do evento, formada por políticos e profissionais da saúde, aplaudiu quando Padilha mencionou o interesse em novas formas de financiamento do SUS (Sistema Único de Saúde). O ministro já havia abordado o tema em seu discurso de posse.
“Estou falando de enterrar de vez a tabela SUS, porque ela não faz muito sentido mais para a organização de serviços, e criar uma tabela como se fosse uma tabela poupatempo da Saúde”, disse.
A reformulação da tabela é demanda de prefeitos e secretários de saúde, que reclamam da defasagem de valores e do impacto na oferta de serviços hospitalares públicos.
O assunto deve voltar à pauta na reunião prevista entre Padilha e representantes do Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), ainda sem data divulgada.
A primeira agenda pública de Padilha como ministro da Saúde ocorreu nesta sexta (14) em Sorocaba (SP), na companhia de Lula, para entregar 789 ambulâncias para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de diversos municípios e estados.
Neste sábado na capital gaúcha o ministro anunciou que o Rio Grande do Sul vai receber 111 ambulâncias nos próximos dias.