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Juíza manda Globo pagar R$ 500 mil a atriz por racismo – 19/03/2025 – Mônica Bergamo

A Justiça do Trabalho condenou a Globo a pagar uma indenização de R$ 500 mil à atriz Roberta Rodrigues por assédio moral e racismo institucional durante as gravações da novela “Nos Tempos do Imperador”. Cabe recurso.

A coluna teve acesso à decisão do processo, que corre em segredo de Justiça. A juíza Aline Gomes Siqueira, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, entendeu que o ambiente de trabalho foi marcado por práticas de assédio moral e racismo institucional durante as gravações do folhetim.

“Nos Tempos do Imperador” foi ao ar entre agosto de 2021 e fevereiro de 2022. De acordo com a magistrada, esse suposto ambiente teria causado o adoecimento da atriz, que recebeu diagnóstico de burnout, e o seu afastamento do trabalho por cerca de três meses.

No processo, a Globo negou as acusações, alegando que não houve qualquer tipo de discriminação ou segregação racial. E defendeu que, mesmo após o fim do contrato das gravações da novela, Roberta atuou em outras produções da emissora. A empresa disse ainda que adota políticas de inclusão.

Procurada, a empresa diz que não comenta processos na Justiça.

A atriz afirma que ela e os outros atores negros da produção tiveram tratamento e privilégio diferentes em relação ao elenco formado por atores brancos.

O caso veio à tona em fevereiro de 2022. A coluna revelou que o departamento de compliance da Globo havia recebido uma denúncia de suposto racismo nos bastidores das gravações da novela de época.

No mês seguinte, o diretor artístico da novela, Vinicius Coimbra, foi demitido da emissora por assédio moral. Em entrevista à Folha um ano depois, ele reconheceu erros estruturais, mas disse que busca combater a segregação.

O processo de Roberta contra a Globo também cita um áudio, revelado pela coluna, que mostra um trecho de uma reunião de Coimbra com artistas negros da novela em setembro de 2021.

Na ocasião, a novela sofria críticas por exibir uma cena em que sugeria que uma personagem branca havia sido segregada por negros, numa espécie de “racismo reverso”. A autora da novela pediu desculpas publicamente após a repercussão.

Coimbra convocou apenas pessoas negras do elenco para a reunião —o que incomodou os envolvidos. No áudio, o diretor alerta para eventuais represálias. “Assim como você tem a tropa de choque do movimento negro, a [escritora e filósofa] Djamila [Ribeiro], o [comunicador e influenciador] AD Junior, você também tem a tropa de choque do movimento branco, entendeu? Que também vão, a qualquer deslize de vocês, vão deslegitimar as reivindicações, os discursos”, afirmou.

Logo após sua estreia, a novela que se passa durante o Brasil Império foi criticada por “romantizar a escravidão” e apresentar erros factuais. A Globo contratou uma revisora histórica para apontar erros e imprecisões no texto.

Procurados, os advogados da atriz, Carlos Nicodemos e Cinthia Carvalho, dizem que não se pronunciaram sobre o caso pois o processo é sigiloso. Roberta pedia indenização de R$ 10 milhões, mas a juíza fixou o valor em R$ 500 mil.

CELEBRAÇÃO

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e os governadores Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, prestigiaram a festa de cinco anos da CNN Brasil, na noite de segunda (17), no Fasano Itaim, em São Paulo. O fundador e sócio-controlador da emissora, Rubens Menin, recebeu os convidados, assim como o presidente-executivo do conselho da CNN Brasil, João Camargo, que estava acompanhado da mulher, a conselheira do Grupo Esfera Ana Funaro.


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