21 mar 2025, sex

Ânima reverte prejuízo e EBITDA bate o consenso; CEO vê “ano da virada”

A Ânima reportou um tri com queda na receita – um reflexo do aumento de preços – mas o EBITDA veio acima das expectativas, e a companhia passou do prejuízo ao lucro.

A dona das universidades Anhembi Morumbi e São Judas fez uma receita líquida de R$ 895 milhões no quarto tri, uma queda de 1,1% na comparação com o mesmo período de 2023. O consenso era de uma receita de R$ 904 milhões. 

No acumulado do ano, a receita subiu 1,8% para R$ 3,8 bilhões. 

Com o avanço da integração da Laureate, adquirida no fim de 2020, o EBITDA da Ânima subiu 9,3% no trimestre para R$ 293,7 milhões. O mercado esperava R$ 273 milhões.

O EBITDA anual ficou em R$ 1,3 bilhão – um aumento de 12,7% em relação a 2023. 

A margem EBITDA subiu 3,8 pontos ano contra ano e chegou a 32,8% de outubro a dezembro – o 12º trimestre consecutivo de aumento da margem. No acumulado do ano, o aumento foi de 3,4 pontos e a margem chegou a 35,8%. 

A CEO Paula Harraca disse que os resultados validam a estratégia da Ânima de focar em “receita de qualidade”, e que 2025 marcará um novo momento da companhia. “Estamos no início do ciclo de crescimento, e 2025 será a nossa virada,” ela disse ao Brazil Journal

A Ânima também reverteu o prejuízo de R$ 45 milhões no quarto tri do ano passado para um lucro de R$ 8,9 milhões. Em 12 meses, a empresa teve um lucro de R$ 187 milhões, ante perdas de R$ 46,4 milhões em 2023. 

A queda na receita no quarto trimestre aconteceu devido à redução do número de alunos, especialmente no presencial, devido ao aumento do tíquete médio adotado pela companhia nos últimos trimestres, disse o CFO Átila Simões.

“Uma das coisas mais importantes é que a nossa inadimplência segue em queda, um resultado desse foco na receita de qualidade,” disse o CFO. “Nós vemos que o cliente que paga mais caro tem menos chance de evasão.” 

Os executivos disseram que a empresa deve voltar a crescer tanto em receita quanto em número de alunos este ano, mas que não abandonará a estratégia de aumento do tíquete médio.

A Ânima teve geração de caixa de R$ 783 milhões em 2024, alta de 10,2% no ano, e de R$ 4,7 milhões no tri, uma queda de 69,5% ano contra ano.  

Com maiores gastos no quarto tri – especialmente com 13º e férias – a Ânima viu sua dívida líquida crescer levemente, o que afetou o resultado no ano. Em 2024, a dívida ficou em R$ 3,04 bilhões, 1,4% acima do ano anterior.

A alavancagem também voltou a subir depois de seis trimestres de queda: saiu de 2,71x no terceiro tri para 2,8x no período encerrado em dezembro. Segundo Átila, uma alta pontual. 

Paula disse que a captação no primeiro trimestre, um dos ciclos mais importantes para o setor, deve “trazer uma boa evolução” em relação a 2024. 

Depois de bater o low histórico em janeiro, a ação da Ânima sobe 40% desde o início do ano, mas em 12 meses cai 56%. A empresa vale R$ 892 milhões na Bolsa. 




André Jankavski




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