O setor imobiliário desacreditou na economia brasileira e, pela primeira vez desde a posse de Lula, o Índice de Confiança do Empresário Industrial da Construção ficou abaixo dos 50 pontos, fronteira que separa otimistas e pessimistas. Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, o indicador recuou 1,4 ponto, alcançando 49,6.
A queda na confiança atingiu empresários de todos os portes, que viram piora nas condições atuais e nas expectativas futuras. Em relação à situação do momento, houve queda de 1,2 ponto em janeiro. O indicador chegou a 44,9, puxado pela sensação de deterioração da economia. Já em relação às expectativas, a queda foi de 1,6 ponto, chegando a 51,9.
O aumento das taxas de juros foi apontado pela maioria dos empresário (34%) como o principal problema do setor no quarto trimestre de 2024. Logo depois, veio a falta ou alto custo do trabalhador qualificado (26,8%) e, em terceiro lugar, a elevada carga tributária (26,6%).
A virada do humor do empresariado da construção ocorre após o fim de 2024, quando houve mudanças significativas no mercado. Desde meados do ano passado, houve queda tanto no nível de atividade da indústria de construção como no número de empregados, de forma generalizada entre empresas de todos os portes.
O acesso ao crédito também ficou mais difícil após o terceiro trimestre de 2024 —esse indicador recuou 2,6 pontos no período, atingindo 37,7.
Com Stéfanie Rigamonti