Nesta segunda-feira (17), a Amazon notificou usuários americanos da Alexa que, a partir do próximo dia 28, deixará de fornecer a opção de não enviar as gravações dos pedidos feitos por voz à nuvem. Hoje, é possível solicitar que as interações com a assistente virtual sejam processadas no próprio aparelho (Echo, Echo Dot, Echo Pop, Echo Spot, Echo Studio ou Echo Show).
De acordo com o anúncio, a mudança é um reflexo da atualização da Alexa para receber ferramentas de inteligência artificial generativa, com objetivo de tornar a assistente mais interativa e capaz de atender pedidos mais sofisticados –a nova versão chama-se Alexa+.
Essa opção estará disponível nos Estados Unidos por meio de uma assinatura mensal de US$ 19,99 ou para os assinantes do plano Prime, que custa US$ 14,99 ao mês. A big tech ainda não definiu uma data para a chegada da atualização ao Brasil. Por isso, a mudança nas regras de privacidade não afeta os brasileiros que usam a Alexa.
A Amazon informou sobre a atualização apenas os usuários que pediam para que seus dados não fossem enviados à nuvem. Eles receberam um comunicado via email.
“Continuamos trabalhando para proteger a privacidade de nossos clientes e manter seus dados seguros”, afirmou a empresa em nota enviada à Folha. “Os clientes continuam tendo à disposição um conjunto abrangente de ferramentas de controles, incluindo a opção de não salvar gravações de voz”, acrescentou.
Embora a empresa tenha começado a expansão das ferramentas de IA generativa na Alexa apenas nos Estados Unidos, executivos da companhia afirmaram que há planos de expansão do serviço para o restante do mundo.
Por causa do tamanho dos modelos de linguagem e por sua alta demanda de processamento de dados, grande parte das ferramentas de IA funciona na nuvem, em servidores mantidos por empresas como a Amazon Web Services (AWS), uma subsidiária da Amazon.
Durante o lançamento da Alexa+, diretores da big tech demonstraram que a assistente virtual turbinada com IA é capaz de fazer reservas em restaurantes, agendar serviços de reparo, pedir um Uber, reservar ingressos para shows e configurar alertas de preços. Também mostraram a Alexa interagindo com arquivos de texto e fotografias.
O vice-presidente global da Amazon para dispositivos, Panos Panay, disse, no evento, que a versão atual da Alexa ainda tem algumas limitações. Assim, os usuários ainda estão sujeitos à resposta “desculpe, não entendi bem isso”.
A Alexa+ foi anunciada há mais de um ano e meio, meses após a OpenAI lançar o ChatGPT em 2022. No entanto, o desenvolvimento enfrentou dificuldades, com as equipes de IA e Alexa da empresa encontrando tempos de resposta lentos e “alucinações” ou respostas fabricadas.
A nova ferramenta recorre a diversos de modelos de linguagem, incluindo o Claude da Anthropic e o Nova, um serviço de IA da própria Amazon. A Alexa+ define qual tecnologia usar a depender da tarefa definida pelo usuário.