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A morte de Zuzu Angel numa batida de carro armada pela ditadura militar completa 50 anos em agosto do ano que vem.
Meses antes da efeméride, em abril de 2026, a Todavia publica uma biografia sobre a estilista que usou seu ofício para buscar justiça por seu primogênito, Stuart Angel, torturado e morto pelo regime.
“Quem É Essa Mulher: Zuzu Angel”, da jornalista Virginia Siqueira Starling, começa com o desfile-protesto da estilista no Consulado Brasileiro em Nova York em 1971, ano de assassinato de seu filho. Foi naquele momento que ela, que tinha chamado a atenção nos Estados Unidos com uma moda alegre e descontraída, apresentou pela primeira vez o anjo bordado ao qual passaria a ser associada.
Peças estampadas com desenhos infantis de tanques e pássaros engaiolados, referências delicadas à violência praticada pelo Estado brasileiro contra seus próprios cidadãos, também foram incluídas na coleção.
O livro será um dos primeiros a se dedicar especificamente à trajetória de Zuleika Angel Jones. Um dos poucos relatos escritos disponíveis sobre a sua vida hoje foi assinado pela própria estilista —”Eu, Zuzu Angel, Procuro Meu Filho”, no qual ela narra a busca pelo paradeiro de seu filho, foi publicado pela irmã dela, Vírginia Valli, dez anos depois de sua morte.
Na obra, aliás, Zuzu cita um encontro com Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva e personagem-título do livro e do filme “Ainda Estou Aqui” —o ex-deputado morreu no mesmo ano que Stuart.
ACOLÁ O escritor Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens e autor do livro que deu origem ao longa oscarizado, estará em Paris no próximo dia 28. Ele participa de uma conversa com o público na Universidade Sorbonne Nouvelle no contexto do Printemps Brésilien, série de eventos da instituição sobre a cultura brasileira que ocorre de março a junho deste ano. Um dos mediadores da conversa será Leonardo Tonus, professor de literatura brasileira na universidade e co-organizador da programação ao lado do pró-reitor Mickaël Ribreau. Tonus afirma à coluna que o convite ao escritor foi uma sugestão de seus próprios alunos.
VIPS A Sextante publica três autobiografias vindas diretamente de Hollywood neste ano. Em junho, ela lança “Sinal Verde: Greenlights”, no qual Matthew McConaughey, alçado à fama após estrelar comédias românticas, reflete sobre as lições que aprendeu no caminho até se consolidar como um ator reputado. Em outubro, é a vez de “The Steps”, de Sylvester Stallone, que assim como o livro de McConaughey, combina memórias e conselhos. E, em novembro, a editora traz às livrarias “We Did Ok, Kid”, em que Anthony Hopkins conta como foi de uma criança galesa sem perspectivas a um dos maiores intérpretes de sua geração e explora temas pessoais delicados, como o seu alcoolismo.
CAPITAL ILUSTRADO A Ubu prepara uma nova edição de “O Capital”, de Karl Marx, com a consagrada tradução de Regis Barbosa e Flávio R. Kothe dos anos 1980 e a divisão em três tomos do original alemão. Cada um deles terá suas folhas de guarda —que têm como função grudar a capa dos livros de capa dura ao seus miolos— ilustradas por um artista diferente. A obra do primeiro volume é assinada por Jac Leirner; a do segundo, por Cildo Meireles; e a do terceiro, por Andrés Sandoval. O lançamento acontece em 5 de maio, aniversário do revolucionário.