O ato unificado do Dia do Trabalhador deste ano das centrais sindicais confirmou a volta dos sorteios como forma de atrair público, após o esvaziamento da manifestação do ano passado. A estratégia, usada em décadas passadas, havia sido abandonada pelas entidades.
Um panfleto obtido pelo Painel anuncia com destaque “shows e sorteio de prêmios gratuitos”.
A manifestação, marcada para 1º de maio, voltará à praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital, onde ocorria até antes da pandemia. Até agora, cinco das principais centrais já confirmaram presença: Força Sindical, UGT, CSB, Nova Central e Pública.
A CUT, que tem uma resistência histórica ao modelo de sorteios, ainda não decidiu se fará parte, assim como a CTB, ligada ao PC do B.
Os temas a serem defendidos no ato incluem redução da jornada de trabalho, isenção do Imposto de Renda até R$ 5.000 e valorização do salário mínimo, entre outros. Na lista de itens não consta o fim da escala 6×1.
Segundo João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força, isso ocorreu porque existe uma confusão entre escala e jornada no debate sobre o 6×1. “Seis por um não é jornada, é escala. Pode-se trabalhar 4 horas por dia e folgar um dia”, afirma ele.
“Historicamente, nossa força para reduzir a jornada passa pelas negociações coletivas, mobilizações e greves. Foi assim que conseguimos a redução de 48 para 44 semanais na luta sindical, direito que foi incorporado à legislação na Constituinte de 1988”, diz.