A rede francesa de artigos esportivos Decathlon foi acusada pelo veículo Disclose e pelo programa “Cash Investigation” da rede France 2 de usar material têxtil do Qingdao Jifa Group, que “se apoia em uma rede de trabalho forçado na China”, indicou um artigo do Disclose nesta quinta-feira (6).
A Decathlon, uma empresa do grupo Mulliez, negou as acusações dos meios de comunicação. Em declarações à AFP, o departamento de comunicação da marca confirmou que se abastece através do Qingdao Jifa, mas enfatizou que a Decathlon condena “firmemente todas as formas de trabalho forçado”.
“Estamos comprometidos diariamente em garantir a integridade e o respeito pelos direitos fundamentais em nossas atividades e em nossa cadeia de valor, e não hesitaremos em reagir e tomar todas as medidas necessárias se os fatos forem comprovados”, afirmou a empresa.
“100% do algodão utilizado pela Decathlon na fabricação de seus produtos provém de fontes comprometidas com práticas mais responsáveis, que garantem a ausência de toda forma de trabalho forçado, incluindo o algodão orgânico e reciclado”, disse.
No documentário da Cash Investigation, que será transmitido nesta quinta-feira à noite e que a AFP pôde consultar em primeira mão, uma responsável local indica que o algodão armazenado em uma empresa que produz para Decathlon pode ter origem de Xinjiang.
Nessa região, os uigures constituem o principal grupo étnico.
Xinjiang foi cenário de ataques que as autoridades atribuíram a islamistas e separatistas. Em resposta, Pequim lançou uma grande campanha de segurança nesse território.
Segundo ONGs e estudos ocidentais, que a AFP não pôde verificar, os habitantes uigures dessa região seriam vítimas de trabalhos forçados.