A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu nesta sexta-feira (21) a criação de um cargo honorífico para a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.
Este tipo de cargo é público, mas sem remuneração ou vínculo com o Estado.
“Eu defendo sim um ponto, diria um cargo honorífico. Ela não vai receber nada, seja isso legalizado. Acho importante para que ela possa sim prestar as contas, falar, eu não vejo problema nenhum”, disse a ministra durante entrevista à CNN Brasil.
“Acho importante ela ter condições de atuar. Ela é a companheira do presidente da República, tem um peso social importante. As primeiras-damas muitas vezes têm representação sim de programas, de governo, mas da própria representação do Estado em alguns lugares e eventos”, disse.
Em resposta aos ataques da oposição a Janja, Gleisi lembrou atividades realizadas pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e programas da gestão de Jair Bolsonaro (PL), ações às quais se referiu como uma “confusão danada” em relação ás verbas e prestação de contas.
O envolvimento de Janja em ações e articulações do governo vem sendo alvo de críticas sobretudo de membros da oposição. Como exemplo, estão os gastos da Presidência com as viagens da primeira-dama e sua equipe, a exemplo dos custos de pelo menos R$ 24 mil para bancar a ida de quatro assessores a Roma.
O valor correspondia apenas às diárias pagas a esses auxiliares e não inclui passagens e hospedagens.
Na PGR (Procuradoria-geral da República), tramitavam pedidos de investigação sobre os gastos da primeira-dama, mas foram arquivados neste mês por Paulo Gonet.
Na última semana, a primeira-dama trancou sua conta de Instagram, restringindo as publicações apenas para seguidores devido a uma série de ataques misóginos nos comentários de suas fotos.
O machismo também foi citado por Gleisi na entrevista desta sexta como uma das motivações da oposição para mirar Janja.