19 mar 2025, qua

Imagens de pôr do sol feitas da Lua podem ajudar Nasa – 19/03/2025 – Ciência

Da Lua, um módulo de alunissagem de uma empresa americana capturou imagens em alta definição do pôr do sol que ajudariam a Nasa a resolver o mistério sobre uma estranha neblina avistada no satélite natural pela primeira vez na década de 1960.

A Firefly Aerospace, com sede no Texas, publicou as imagens nesta terça-feira (18), depois de se tornar a segunda empresa a fazer uma alunissagem privada —antes, o único voo comercial bem-sucedido a alunissar foi o da Intuitive Machines, no ano passado, com o módulo Odysseus.

No dia 2 deste mês, o módulo Blue Ghost tocou a superfície lunar em Mons Latreille. Esta é uma formação vulcânica dentro do Mare Crisium, uma planície basáltica no nordeste da face visível da Lua.

Uma das novas imagens mostra um halo verde solar brilhando no horizonte, o planeta Vênus como um pequeno ponto, enquanto a Terra aparece tão grande quanto o Sol quando visto da Terra.

“Estamos dedicando tempo para que cientistas especializados revisem todas as imagens”, disse Joel Kearns, administrador associado adjunto para exploração da Direção de Missões Científicas da Nasa.

Entre o que eles buscam está o chamado “resplandor do horizonte”, um fenômeno que permitiria às partículas de poeira lunar serem carregadas eletricamente pela radiação ultravioleta do Sol, para depois flutuarem sobre a superfície.

“As imagens são lindas, são realmente belas”, comemorou Kearns.

O fenômeno foi detectado pela primeira vez pelas sondas Surveyor da Nasa na década de 1960 e depois foi observado pelos astronautas da missão Apollo.

O nível de detalhe das imagens poderia ajudar os cientistas a refinar os modelos existentes, que explicam como a luz se dispersa na superfície lunar.

Na madrugada da última sexta-feira (14), enquanto da Terra se apreciava um eclipse da Lua, do satélite natural a visão também era um eclipse, mas de outro tipo. O módulo Blue Ghost captou o momento em que o nosso planeta ficou diante do Sol.

Segundo a empresa texana, é a primeira vez na história que uma missão privada operava na Lua durante esse fenômeno. A câmera do módulo registrou todo o fenômeno, até o momento em que a Terra bloqueia completamente a luz solar.

O módulo completou 14 dias de operação no solo lunar e provavelmente não deve sobreviver à noite lunar, quando as temperaturas despencam para -170 graus Celsius. A Firefly diz que recebeu a última leva de dados às 20h15 do último domingo (16).

“Estamos incrivelmente orgulhosos das demonstrações que o Blue Ghost possibilitou, desde rastrear sinais de GPS na Lua pela primeira vez até perfurar mais fundo na superfície lunar do que nunca”, afirmou o CEO da Firefly, Jason Kim.

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