Um livro eletrônico recém-publicado por dois admiradores do governador Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, o chama de “Milei brasileiro”.
Os autores, Orlando Moreira e Marcos Zenaide, afirmam que o chefe do Executivo mineiro e o presidente da Argentina representam um novo modelo de liderança que ganha espaço na América Latina.
“Zema, com sua postura equilibrada e resultados comprovados, se destaca como a tradução brasileira desse movimento, sendo amplamente aclamado pela direita como um exemplo de gestão responsável e visão de futuro”, diz trecho do livro de 28 páginas, que não tem editora e circula em formato digital.
Zenaide, um dos autores, foi candidato a vereador pelo Novo, mesmo partido de Zema, nas eleições do ano passado no Rio de Janeiro. Ele recebeu 439 votos.
Ele afirmou à coluna que a ideia para o livro surgiu do objetivo de divulgar o trabalho de Zema, mas que não o conhece pessoalmente. A distribuição do livro é gratuita.
“A gente quer que essas informações cheguem ao maior número possível de pessoas e achou que se cobrasse alguma coisa, ia criar algum tipo de barreira”, afirmou Zenaide.
O governo de Minas foi questionado e não respondeu se teve algum envolvimento com a publicação.
Mais focada no governador mineiro do que no presidente argentino, a obra traça um histórico da carreira de Zema e de seu período à frente do estado. O governador é citado entre os pré-candidatos à Presidência em 2026.
Com um tom elogioso, o livro diz que “mais do que o ‘Milei brasileiro’, Romeu Zema é uma prova viva de que o liberalismo econômico e a gestão eficiente podem, de fato, mudar a realidade de um povo”.
Os autores escrevem sobre o que consideram conquistas do governador, como a regularização do salário dos servidores, a atração de investimentos no estado e o “fim de privilégios”.
No capítulo em que eles citam supostas críticas ao governador e reforçam sua defesa, os autores não falam sobre os maiores questionamentos feitos pela oposição a Zema: o aumento salarial de quase 300% que ele concedeu a si mesmo e a evolução da dívida nominal do estado sob seu mandato, que hoje está em cerca de R$ 160 bilhões.