A fintech sueca Klarna — a maior provedora do serviço de buy now, pay later do mundo — entrou com um pedido de IPO nos Estados Unidos.
A empresa busca levantar pelo menos US$ 1 bilhão com a abertura de capital e mira um valuation de mais de US$ 15 bilhões, disse a Bloomberg.
O IPO testará o apetite por risco e por ações de tecnologia no mercado americano após quatro semanas consecutivas de quedas da Nasdaq e diante de um cenário de poucas aberturas de capital nos últimos meses.
A tentativa de listagem também coloca à prova a atratividade da Klarna perante os investidores.
Após obter um valuation de US$ 46 bilhões numa rodada liderada pelo Softbank em 2021, a empresa foi precificada em apenas US$ 6,7 bilhões numa captação no ano seguinte — um recuo de 85%.
Desde então, o mercado voltou a gostar (e muito) do setor de tech, e a empresa passou a dar lucro: a receita cresceu 24% em 2024 para US$ 2,8 bilhões, e o lucro operacional ajustado foi de US$ 181 milhões, revertendo o prejuízo de US$ 49 milhões de 2023.
Em preparação para o IPO, a Klarna vem investindo em IA, vendeu a processadora de pagamentos Checkout, e focou em fortalecer seus acordos com empresas do ramo, assim como com marketplaces e bancos, disse a Bloomberg.
A empresa disse no prospecto que ainda busca uma solução para a fragilidade encontrada em seus controles em 2022, associada aos sistemas de TI que usa para preparar demonstrações financeiras.
A Klarna também enfrenta uma investigação de uma agência reguladora sueca por possíveis inconformidades com as leis de marketing no país.
Entre os maiores acionistas da Klarna estão a Sequoia Capital, que possui 78,8 milhões de ações; a Heartland A/S, family office do empresário dinamarquês Anders Holch Povlsen, com 37,1 milhões; e o co-fundador da fintech Victor Jacobsson, com 31,4 milhões.
A empresa e alguns de seus acionistas devem vender ações no IPO.