Paul McCartney e Elton John e pediram ao governo britânico, neste domingo (26), que proteja melhor os artistas da inteligência artificial (IA), no momento em que o Executivo considera uma reforma dos direitos autorais.
Em uma entrevista à BBC, o ex-Beatle de 82 anos criticou novamente o plano do governo trabalhista de introduzir mudanças na lei de direitos autorais. O projeto inclui uma cláusula que permitiria que desenvolvedores de IA utilizassem o conteúdo dos criadores para ajudar a desenvolver seus modelos, a menos que os detentores dos direitos autorais optem por não fazê-lo.
“Isto permitirá que as grandes empresas globais de tecnologia tenham acesso fácil e gratuito ao trabalho dos artistas para treinar sua inteligência artificial e criar músicas competitivas”, disse John, de 77 anos, ao Sunday Times.
McCartney, por sua vez, acredita que esta reforma faria com que os artistas perdessem o controle sobre sua produção.
“Jovens escrevem uma bela canção e ela não é deles, eles não têm nada a ver com isso. E qualquer um que quiser pode simplesmente roubá-las”, declarou McCartney à BBC. “A verdade é que o dinheiro vai para algum lugar (…) Alguém está sendo pago, então por que não deveria ser o cara que sentou e escreveu ‘Yesterday'”?
O governo afirmou estar estudando como os criadores poderiam ser licenciados e compensados pelo uso de seu material pela IA.
Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros ainda vivos dos Beatles, usaram a IA para extrair a voz de John Lennon de uma música inacabada intitulada “Now and Then”.
“Acho que a IA é ótima e pode fazer muitas coisas boas, mas não deve roubar pessoas criativas”, disse McCartney à BBC.