O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ignorou críticas vindas de praticamente toda a comunidade internacional e disse nesta quarta-feira (5) que “todo mundo amou” a ideia dele de o país assumir o controle da Faixa de Gaza. A proposta foi citada na véspera, em uma entrevista coletiva ao lado do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu.
Trump não deu detalhes do plano e nesta quarta afirmou que “não era o momento” de mais perguntas sobre ele; integrantes do governo se contradisseram ao tentar explicá-lo. Líderes do Oriente Médio, membros de grupos palestinos, chancelarias ocidentais e a ONU rechaçaram a fala, citando violações de direitos e o risco de limpeza étnica.
Muitas análises também pararam em um ponto ainda anterior, que tem sido recorrente neste segundo mandato do republicano: quanto Donald Trump falou sério, quanto soprou um balão de ensaio e quanto falou sem pensar —e quanto seria normal o presidente dos Estados Unidos fazer isso.
O Café da Manhã desta quinta-feira (6) analisa a política de bravatas no segundo mandato de Trump. O doutor em semiótica Paolo Demuru, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pesquisador da PUC-SP, discute a estratégia do americano, como ela mobiliza apoiadores e os desafios para lidar com isso quando ameaças vêm da liderança de uma das maiores economias do mundo. Demuru é autor do livro “Políticas do Encanto: Extrema Direita e Fantasias de Conspiração”.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Gustavo Luiz, Laura Lewer e Lucas Monteiro. A edição de som é de Thomé Granemann.