23 mar 2025, dom

Por verba, Universidade Columbia cede a pressão de Trump – 21/03/2025 – Mundo

A Universidade Columbia, de Nova York, concordou com uma série de exigências feitas pelo governo de Donald Trump como condição para recuperar US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões) em financiamento federal cortado pela Casa Branca neste mês em meio a acusações de que a escola tolera o antissemitismo no campus.

A universidade divulgou um memorando detalhando seu acordo com o governo horas antes do prazo estendido que havia sido estabelecido pelo governo expirar.

O memorando delineia medidas tomadas, incluindo a proibição de máscaras faciais no campus, o empoderamento de agentes de segurança para remover ou prender indivíduos na universidade, e a retirada do corpo docente do controle do departamento que oferece cursos sobre o Oriente Médio.

A resposta da universidade é observada por outras instituições de ensino superior às quais a gestão impôs sanções em meio ao avanço de seus objetivos políticos em áreas que vão de protestos em campi a iniciativas de diversidade.

A Casa Branca alertou pelo menos 60 outras universidades sobre possíveis ações devido a suposta falha em cumprir as leis federais relativas a direitos civis e ao antissemitismo. A gestão Trump também mira ao menos três escritórios de advocacia que o presidente diz terem ajudado seus oponentes políticos ou o processado injustamente.

Entre as mais controversas das nove exigências, Columbia concordou em colocar seu departamento de Estudos do Oriente Médio, Sul da Ásia e África sob um novo responsável, disse o memorando, retirando o controle de seu corpo docente.

A universidade nomeará ainda um novo gestor sênior para revisar o currículo e o corpo docente e assegurar que estes sejam equilibrados, e para fornecer uma nova liderança ao departamento, que oferece cursos sobre política do Oriente Médio e assuntos relacionados.

A exigência gerou alarme entre professores de Columbia e de outras instituições, que temem que permitir que o governo federal dite como um departamento é administrado estabelece um precedente perigoso.

Parlamentares republicanos na Câmara dos Representantes criticaram no ano passado pelo menos dois professores de ascendência palestina que trabalham no departamento por seus comentários sobre a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

A universidade também contratou 30 funcionários especiais com o poder de prender pessoas no campus e revisou suas políticas antidiscriminação, incluindo sua autoridade para impor sanções a organizações do campus, de acordo com o memorando.

Máscaras faciais que ocultem identidades não são mais permitidas, e qualquer manifestante agora deve se identificar quando solicitado, ainda segundo o memorando.

A instituição também afirma que está buscando novos integrantes do corpo docente para “garantir diversidade intelectual.” Columbia planeja preencher posições conjuntas no Instituto de Estudos Judaicos e de Israel e na faculdade de relações internacionais em um esforço para garantir “excelência e justiça nos estudos do Oriente Médio,” diz o texto.

O corte repentino de milhões de dólares em financiamento federal para a Universidade Columbia neste mês já estava interrompendo pesquisas médicas e científicas na escola, disseram pesquisadores.

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