18 mar 2025, ter

‘Sou apenas um garoto de 18 anos’, diz Fonseca – 01/02/2025 – Esporte

Visivelmente decepcionado após a derrota para o francês Ugo Humbert (7/5, 6/3) pela Copa Davis, João Fonseca qualificou a partida como uma “experiência” que servirá de lição para o futuro.

“Sou apenas um garoto de 18 anos, tentando melhorar meu jogo e alcançar meu sonho. Sei que algumas partidas são difíceis e que o nervosismo vai aparecer”, afirmou na entrevista aos jornalistas em Orléans, onde está sendo disputado o confronto contra a França.

O jovem tenista falou também sobre a dificuldade de atuar no piso rápido escolhido pela equipe francesa e sobre como tem sido lidar com a crescente popularidade, após as boas apresentações que fizeram com que os olhares do mundo do tênis se voltassem para ele.

Qual a sua impressão sobre o jogo?

Acho que não joguei mal. Eu fiz o meu melhor. O Ugo jogou um ótimo jogo. Ele estava sentindo a bola, jogando agressivamente. Eu não conseguia jogar o meu jogo, porque ele era muito agressivo. Aconteceu, foi uma experiência. Vou tentar trabalhar mais e encontrar um jeito nesses jogos.

Por que é tão difícil jogar nessas condições, especialmente fora de casa?

A quadra é rápida. Nós, brasileiros, nascemos no saibro, então precisamos nos adaptar mais nessas circunstâncias. Aprendi e ainda estou aprendendo. É difícil porque o Ugo gosta de colocar pressão, não só no saque, mas na devolução. Ele gosta de fazer mais pontos indo para a rede. Quando eu dava alguns bons golpes, ele me neutralizava logo na primeira bola. Eu não podia ir muito para a linha. Eu estava indo mais para a linha para ter mais oportunidades. Claro que estou triste, mas fiz o meu melhor, então não estou com raiva de mim mesmo.

Ugo Humbert disse que pediu essa quadra rápida porque se sente melhor nela. Como você se sentiu, tendo cinco dias para treinar aqui?

No final do ano, joguei alguns torneios em quadra coberta, mas é diferente. Senti que aqui era um pouco mais rápido do que nos outros torneios. Mas, sim, você precisa se adaptar. Eles escolheram a quadra. Claro que têm uma vantagem. Mas em cinco dias você pode se adaptar muito bem. Só que hoje, ele jogou melhor. Eu senti [a quadra] muito, muito rápida.

Você chegou a ganhar um game “branco” (quatro pontos a zero). Aquilo te deu confiança?

Foi um game importante. É difícil contra esses caras fazer um game de zero. Então é um game que dá mais confiança para você. Mas eu saquei bem. Os games que ele me quebrou, os dois games que ele me quebrou, ele devolveu super bem. Eu não tive tantas oportunidades no game, fiz bons saques e ele conseguiu devolver bem. Mérito dele. Mas é seguir trabalhando para cada vez mais estar preparado para essas circunstâncias.

Você foi o brasileiro mais aplaudido pela torcida. É difícil lidar com a pressão? Como você se sente lidando com a popularidade crescente?

Acho que agora, depois da Austrália e tudo mais, fiquei um pouco mais conhecido pelas pessoas. Mas sou apenas um garoto de 18 anos, tentando melhorar meu jogo e alcançar meu sonho. Sei que algumas partidas são difíceis e que o nervosismo vai aparecer. Você não está jogando sozinho aqui, está jogando por um país e representando um país. Mas hoje me senti bem. Já joguei três partidas [de Copa Davis] pelo Brasil [em 2024] e gosto de jogar nessas circunstâncias, quando a dificuldade vai aparecer e você precisa enfrentá-la. Hoje acho que ele jogou melhor e é isso que posso dizer. Estou tentando trabalhar mais para as próximas partidas.

Como é para você essa visibilidade?

Acho que toda essa mídia que vem acontecendo, acho que tenho que me adaptar a tudo isso. As coisas vão acontecendo. Eu acredito que sigo crescendo. E tem que ir adaptando à mídia, à fama, ao pessoal falando, mas tem que seguir também com a cabeça humilde, seguir trabalhando com a rotina. Quando estiver no Rio, no Brasil, trabalhar duro para chegar no meu sonho.

Ontem você comentou sobre o seu sonho de ser o primeiro no mundo. Como que fica a sua cabeça agora?

Minha cabeça é igual. Seguir trabalhando. Está sendo uma oportunidade estar aqui com o time. Não acabou ainda o primeiro dia. A gente não sabe o que vai acontecer. Seguir torcendo para o Thiago (Wild), para a dupla. E depois torcer para o Thiago de novo. Vamos ver como é que vai ser. Mas não tem nada acabado ainda. A gente pode, sim, acreditar. Pode sim, acontecer.

Todo mundo tem uma opinião a respeito dos seus jogos. O que você mesmo acha? E falando mais para a frente, o que você almeja?

Eu almejo o topo. Espero jogar chave do Grand Slam, jogar a chave dos torneios grandes. Trabalhar, talvez ganhar títulos. É o que eu quero fazer. Meu sonho sempre foi chegar no número um do mundo, ganhar Grand Slams. É isso que eu almejo. Acho que o meu jogo é um jogo agressivo. Gosto de ir para a bola. Tenho coragem nos momentos importantes. Acho que esse é o meu diferencial. E acredito nisso mesmo. Eu gosto dos momentos difíceis. Eu enfrento eles. Acho que esse é o meu diferencial no jogo de tênis.

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