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O governo Donald Trump demitiu quase toda a divisão de direitos civis do Departamento de Segurança Interna (DHS) nesta sexta-feira (21), desmantelando um escritório governamental responsável por supervisionar a repressão à imigração nos Estados Unidos.
Mais de cem funcionários foram informados de que seriam colocados em licença por 60 dias para procurar outro emprego dentro do governo ou seriam demitidos em maio, de acordo com cinco atuais e ex-funcionários do governo. Trump também fechou o gabinete do ombudsman dos Serviços de Cidadania e Imigração, outro escritório responsável por fiscalizar as políticas de imigração legal do governo.
Essas ações foram a mais recente tentativa de Trump de eliminar divisões de direitos civis e mecanismos de supervisão em agências governamentais. No entanto, o fechamento do Escritório de Direitos Civis e Liberdades Civis do Departamento de Segurança Interna foi particularmente notável devido à falta de transparência sobre a repressão à imigração do governo.
Trump tem se mostrado determinado, em seu segundo mandato, a garantir que seu governo seja composto por membros leais que não tentarão bloquear sua agenda.
Ainda nesta semana, o governo Trump dificultou o trabalho de um juiz federal que buscava informações sobre o uso de uma lei de guerra do século 18 para deportar imigrantes com pouco ou nenhum devido processo a uma prisão em El Salvador.
“É uma demonstração de seu total desdém por qualquer tipo de verificação de seu poder”, disse Deborah Fleischaker, ex-funcionária do escritório de direitos civis e chefe de gabinete do Departamento de Imigração e Alfândega sob o governo Biden. Ela afirmou que o escritório “tentava fazer a missão do DHS funcionar com respeito aos direitos civis, liberdades civis e privacidade.”
“Essa é uma mensagem clara de que essas questões não importam para esta administração”, acrescentou.
Tricia McLaughlin, porta-voz do Departamento de Segurança Interna, disse que a decisão tinha como objetivo “simplificar a supervisão para remover obstáculos à execução da lei.” “Esses escritórios obstruíram a aplicação da imigração ao adicionar obstáculos burocráticos e minar a missão do DHS”, disse. “Em vez de apoiar os esforços da lei, eles frequentemente funcionavam como adversários internos que retardavam as operações.”
O escritório investiga acusações feitas por migrantes, por suas famílias e pela população em geral. Em um exemplo, em 2021, o escritório investigou o uso pelo governo Trump da política “Permanecer no México”, que forçava os migrantes a esperar no México até a data de sua audiência de imigração.
O relatório final concluiu que o governo havia colocado crianças desacompanhadas e pessoas com problemas de saúde mental e outros problemas médicos no programa.
O escritório de direitos civis também fazia supervisão de outras agências do Departamento de Segurança Interna, incluindo a Administração de Segurança de Transportes e a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências.